ATA DA DÉCIMA SÉTIMA REUNIÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 23-7-2003.

 

 


Aos vinte e três dias do mês de julho de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, Luiz Braz, Raul Carrion, Sebastião Melo e Zé Valdir, Titulares. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata Declaratória da Décima Quinta Reunião Ordinária, que deixou de ser votada, face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Cassiá Carpes, os Pedidos de Providências nºs 1156, 1157, 1158, 1159, 1160, 1161, 1162, 1163, 1164, 1165, 1166, 1167, 1168, 1169, 1170, 1171, 1172 e 1173/03 (Processos nº s 3538, 3539, 3540, 3541, 3555, 3556, 3557, 3558, 3559, 3560, 3561, 3562, 3563, 3564, 3565, 3566, 3567 e 3568/03, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, os Pedidos de Providências nºs 1104, 1105, 1106, 1107, 1108, 1109 e 1110/03 (Processos nºs 3373, 3375, 3376, 3377, 3384, 3386 e 3387/03, respectivamente) e o Pedido de Informações nº 124/03 (Processo nº 3533/03); pelo Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providências nºs 1177 e 1179/03 (Processos nºs 3627 e 3644/03, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nºs 315 e 409/03, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 002/03, do Vereador Raul Carrion, Presidente da Comissão Externa constituída com a finalidade de apreciar o Requerimento nº 070/03 (Processo nº 1267/03). Após, o Senhor Presidente registrou a presença dos Vereadores Antônio Monego, do PMDB, João Papalia, do PP, e Geraldo Mallet, do PDT, todos do Município de Restinga Seca - RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Alberto Garcia relatou a viagem realizada por Sua Excelência, juntamente com os Vereadores Sebastião Melo, Ervino Besson e Marcelo Danéris, a fim de representarem externamente este Legislativo no Congresso Latino-Americano Extraordinário de Parlamentos Municipais, realizado do dia três ao dia cinco de julho do corrente, em Santa Fé, Argentina. Também, manifestou-se sobre os resultados de consulta popular realizada no dia vinte de junho do corrente, alusiva à proposta de cercamento do Parque Farroupilha. O Vereador Ervino Besson analisou a conjuntura social na qual se encontram inseridas as pessoas idosas, relatando as dificuldades enfrentadas por essas pessoas no seu cotidiano, em especial quanto a discriminações sofridas em razão de sua idade e suas naturais limitações físicas. Nesse sentido, discorreu sobre problemas enfrentados por família moradora de loteamento situado no Bairro Ponta Grossa, criticando o Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB - que, procurado, não adotou medidas tendentes à resolução dessa problemática. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Giovani Prando, Greice Dalmaz, Leandro Zamboni e Luís Farias, respectivamente Secretário-Geral e servidores da Câmara Municipal de Erechim - RS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Isaac Ainhorn dissertou sobre as políticas tributárias atualmente adotadas pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, especialmente no que tange às alíquotas do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN. Em relação ao assunto, referiu-se a notícias divulgadas pela imprensa, relativas a Projeto de Lei a ser encaminhado pelo Executivo Municipal a esta Casa, o qual propõe a redução, de cinco para dois por cento, da alíquota desse tributo para as atividades e os serviços prestados no campo da informática. O Vereador Raul Carrion pronunciou-se sobre problemas vivenciados por moradores do Parque dos Maias, ocasionados pelas más condições de infra-estrutura verificadas no local, mencionando ter encaminhado solicitações a diversos órgãos públicos, no sentido de que sejam adotadas medidas para a melhoria dos serviços básicos oferecidos aos moradores. Ainda, reportou-se às negociações mantidas para evitar a remoção compulsória de famílias que habitam a Vila Valneri Antunes e analisou questões alusivas ao sistema de drenagem pluvial da Cidade. O Vereador Sebastião Melo aludiu ao anúncio, previsto para a tarde de hoje, de decisões governamentais que incidirão sobre as taxas de juros praticadas no País. Também, teceu críticas às políticas governamentais implementadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, e opinou sobre as estruturas implementadas em nível estadual, a fim de garantir a participação popular nas decisões governamentais, salientando a importância de que as comunidades se façam representar nesses mecanismos, a fim de qualificar a gestão pública. O Vereador Zé Valdir contraditou o pronunciamento efetuado pelo Vereador Sebastião Melo em Comunicações, discorrendo sobre os problemas atualmente verificados no sistema público municipal de saúde e na estrutura de segurança pública colocada à disposição da população do Estado do Rio Grande do Sul. Ainda, reportou-se ao resultado de consulta popular realizada no dia vinte de junho do corrente, relativa à proposta de cercamento do Parque Farroupilha e manifestou-se sobre as repercussões políticas internacionais causadas pela Guerra do Iraque. O Vereador Luiz Braz fez um contraponto em relação ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Zé Valdir em Comunicações, no que se refere ao funcionamento dos mecanismos de consulta popular, especialmente o Programa de Orçamento Participativo. Também, defendeu as políticas implementadas pelo Senhor Fernando Henrique Cardoso à época em que Sua Excelência exerceu o cargo de Presidente da República e analisou os posicionamentos adotados pelo atual Governo Federal em relação ao ingresso de capital estrangeiro no País. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo referiu-se ao teor do pronunciamento efetuado pelo Vereador Zé Valdir em Comunicações, no que tange às políticas econômicas e sociais implementadas pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República. Ainda, externou sua contrariedade à forma de atuação e definição de prioridades por parte do Programa de Orçamento Participativo, afirmando existirem obras públicas aprovadas pelo mesmo e que ainda não foram implementadas. O Vereador Ervino Besson discorreu sobre os problemas verificados na segurança pública gaúcha, criticando a atuação do Senhor José Paulo Bisol no período em que Sua Senhoria exerceu o cargo de Secretário Estadual da Justiça e da Segurança. Também, discorreu sobre a participação de Sua Excelência em reunião-almoço realizada no dia nove de julho do corrente, na Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul - FEDERASUL, a qual teve como palestrante o Senhor José Otávio Germano, Secretário Estadual da Justiça e da Segurança. O Vereador Zé Valdir respondeu críticas hoje apresentadas ao governo do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, defendendo as políticas atualmente implementadas por Sua Excelência. Ainda, manifestou-se contrariamente à implementação da Área de Livre Comércio das Américas - ALCA e apoiou a sistemática de funcionamento do Programa de Orçamento Participativo, repudiando qualquer insinuação de que esse Programa estaria sendo objeto de manipulação política e ideológica. O Vereador Luiz Braz contraditou o pronunciamento efetuado pelo Vereador Zé Valdir em Comunicação de Líder, dissertando acerca das práticas adotadas pelo Partido dos Trabalhadores no que se refere à produção e veiculação de peças de propaganda institucional. Ainda, contrapôs-se à ausência de resposta a Pedido de Informações protocolizado por Sua Excelência, solicitando cópia das peças publicitárias promovidas pelo Executivo Municipal, relativas ao funcionamento do Programa de Orçamento Participativo. Às onze horas e vinte e cinco minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores Titulares para a Reunião Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador João Antonio Dib e secretariados pelo Vereador Ervino Besson. Do que eu, Ervino Besson, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Aproveito a oportunidade para registrar, com satisfação, a presença de três Vereadores de Restinga Seca: Ver. Antonio Monego, do PMDB; Ver. João Papalia, do PP; Ver. Geraldo Mallet, do PDT. São bem-vindos, sintam-se em casa. Saúde e paz.

Os Pedidos de Providência deste Vereador são fruto do trabalho dos alunos da 6.ª e 7.ª séries da Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. José Loureiro da Silva, que visitaram a Câmara e foram, por alguns momentos, Vereadores da Cidade.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra, por transposição de tempo do Ver. Sebastião Melo, em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e Vereadores que estão visitando esta Câmara, sintam-se em casa. Nos dias 3, 4 e 5 de julho alguns Vereadores já comentaram sobre, e nós tivemos a oportunidade de participar do Congresso Latino-Americano Extraordinário de Parlamentares Municipais. Foram três dias na cidade de Santa Fé, na Argentina, onde vários temas foram discutidos entre os Vereadores da América Latina. Nove comissões foram criadas, foram discutidas experiências comparadas e descentralização intermunicipal, área metropolitana, democracia representativa e participativa, novas ferramentas de tributação do âmbito local, o cuidado com a gestão local dos serviços públicos, a legislação ambiental como instrumento de legislação local, os governos locais e as garantias da igualdade de gênero, cidadania, globalização e integração e instrumentos de controle do Legislativo e transparência do âmbito local. Tive a oportunidade de participar com a nossa delegação aqui da Câmara, juntamente com os Vereadores Sebastião Melo, Ervino Besson e Marcelo Danéris. Nós tivemos a oportunidade de coordenar um painel sobre “Experiências Comparadas e Descentralização Municipal”, cujo tema foi chamado de “Pressuposto Participativo”, ou seja, formas de participação popular. Lá nós ouvimos de que forma está sendo feita a gestão participativa e popular das cidades de Montevidéu, Buenos Aires e de Rosário Central. Grande parte dessas cidades estão espelhadas no modelo de Porto Alegre, no modelo do Orçamento Participativo. E nós, mais uma vez, pudemos ver o olhar que a América Latina está tendo para o Brasil, a esperança para que este novo Governo dê certo, porque a América Latina acredita que se o Brasil der certo a América, como um todo sairá mais forte. Isso aí foi um detalhe muito importante.

Como o tema do Congresso era “Autonomia e Descentralização”, e lá participando Vereadores, Consejales de toda a América, mais uma vez ficou patente que a vida acontece nas cidades. Mas o problema que existe no Brasil é semelhante aos demais países da América Latina, ou seja, a vida ocorre na cidade, as pessoas fazem os seus gastos na cidade, só que essa receita não fica na cidade, ela vai para o Governo central e aí cada Prefeito tem de ir ao Governo central pedir aquilo que deveria ser seu de direito, desde o início.

Ficamos muito satisfeitos porque ao final do Congresso, quando o representante do Ministro da Fazenda da Argentina assumiu um compromisso com os Vereadores argentinos de propor uma alteração na Legislação para que as cidades da Argentina possam ter mais autonomia, tanto em questões administrativas como, principalmente, em questões tributárias. Nós achamos muito interessante, porque desses temas nós também temos de começar a tratar aqui no nosso País, fazer essa discussão, principalmente com relação à questão tributária. Nós não conseguimos conceber que aqui que são gastos os impostos, aqui que se pagam os nossos tributos, mas esse dinheiro não fica aqui; ele vai para o Governo central, no nosso caso, vai para Brasília, e aí nós temos de, desculpem o termo, mendigar para receber determinadas benesses. Nós temos de começar a discutir, sob uma outra ótica, essa questão tributária, para que os municípios realmente possam ser mais fortes, para que cada município conheça a sua realidade, até porque, a cada ano que passa, o movimento e a mobilização popular por novos municípios têm de saber que a criação de novos municípios também vão gerar novas responsabilidades para aquela comunidade. É importante que essa discussão possa ser vista sob esse prisma.

Eu quero, mais uma vez, salientar que a participação dos nossos colegas, Ver. Sebastião Melo, Ver. Ervino Besson e Ver. Marcelo Danéris, foi muito pontual, porque nós percebemos que os Vereadores da América Latina estão muito atentos com o Brasil, estavam muito curiosos. Nas diversas comissões nós tivemos a oportunidade de fazer essa interação com Vereadores de outros países.

Vereador-Presidente, João Antonio Dib, eu penso que a Casa ganhou, e muito. Em novembro, vai ocorrer o Congresso Ordinário, no Paraguai, e, no próximo ano, esse evento será realizado aqui no Brasil, mais especificamente aqui na cidade de Porto Alegre. Então, no ano de 2004, Porto Alegre terá a responsabilidade de receber aqui Vereadores de toda a América Latina. Inclusive, na semana passada, na sexta-feira, tivemos a oportunidade de conversar com o Ministro das Cidades, o ex-Governador Olívio Dutra, e já fizemos um convite verbal, e agora iremos fazer um convite formal, para que ele participe da abertura desse evento, no próximo ano, como Ministro das Cidades, porque é o Ministério que tem íntima ligação com o que se trata normalmente dentro desse Congresso Latino-Americano.

Aproveito o tempo que ainda me resta para fazer uma abordagem sobre o domingo em que tivemos a oportunidade de fazer uma consulta popular no Parque da Redenção. E eu quero ressaltar alguns detalhes. Primeiro: essa consulta popular com urna eletrônica é a primeira experiência feita no Brasil e, como disse o juiz, do mundo, porque o Brasil é o único País que tem urna eletrônica. Essa consulta popular foi feita após longa negociação com o Tribunal Regional Eleitoral, e nós queremos aqui agradecer ao Juiz da 2.ª Zona do Tribunal Regional Eleitoral, aos seus assessores, à coordenação da zonal que não mediram esforços para dar-nos toda a infra-estrutura; lá foram colocadas cinco urnas para garantir a seriedade desse trabalho.

A nossa proposta, basicamente, é a de discutir com a sociedade os temas que são polêmicos. Seria uma ampliação do nosso mandato, para que a população pudesse colocar de forma clara aquilo que pensa. Nós queremos ressaltar que foi a primeira vez que as urnas eletrônicas foram cedidas para uma consulta popular. As urnas eletrônicas já tinham sido utilizadas, como de praxe, nas eleições, para plebiscito de novos municípios, e, uma ou outra vez, para eleições de diretores de escolas, nunca para consulta popular. Nós entendemos que essa pode ser uma nova forma de fazer uma interlocução com a sociedade para saber de que forma a sociedade se posiciona e para que ela possa explicitar aquilo que pensa sobre grandes temas.

Nesse aspecto, eu acho que é muito salutar essa proposição. O resultado é de domínio público: 51% da população votou a favor; quer dizer, meio a meio; mas, ao mesmo tempo, nos indica algo preocupante, mostrando que a população, aos poucos, está cada vez mais preocupada com o crescimento da onda de violência e começa a querer se cercar. Nós já estamos cercados no nosso edifício, nas nossas casas, e, como se não bastasse o cercamento das nossas casas, nós queremos ainda acrescentar a colocação de cerca elétrica e estamos pensando na questão do cercamento de parques. Isso é muito preocupante, porque, na realidade, nós temos que começar a estudar esse fenômeno sociológico que cada vez aumenta mais. Uma das causas é o desemprego, mas existem outros fatores. Nós temos que saber o porquê de a população da nossa Cidade, do nosso Estado, do nosso País estar cada vez com mais medo. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra, por transposição de tempo com o Ver. Raul Carrion, em Comunicações.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pela TVCâmara, saúdo todos e agradeço ao colega Ver. Raul Carrion por concordar com a troca de tempo para que nós possamos nos pronunciar nesta tribuna, neste momento.

Neste ano comemoramos – inclusive a Igreja - o Ano do Idoso, buscando um maior respeito aos idosos, pois eles deram, durante a sua vida e a sua história, o vigor da sua juventude para o crescimento deste País. E essas pessoas, quando chegam a uma certa idade, infelizmente são discriminadas pela sociedade. Isso nos deixa extremamente tristes. Eu digo isso porque nós acompanhamos um trabalho junto com algumas entidades, com a SPAAN, com o Asilo Padre Cacique, e assistimos pessoas que os familiares colocam nessas instituições, e muitas vezes esses familiares esquecem o que representou a existência dessas pessoas neste planeta Terra e deixam o seu pai, a sua mãe em um asilo, não tendo nem a consciência de fazer uma visita a essas pessoas.

Por que eu falo isso? Está aqui hoje a Denise Nunes, de uma família muito querida, com quem tivemos longos anos de trabalho junto à Cidade de Deus. A Denise Nunes está fazendo um estágio no loteamento da Ponta Grossa. Eu faço algumas visitas àquele Loteamento. Eu tenho comentado com a Denise - inclusive falei com ela há pouco – no sentido de que vou fazer uma visita na semana que vem a ela e a umas famílias que são vizinhas do Loteamento Chapéu do Sol. Nós temos aí vizinhos do Loteamento que são o Sr. Lauro Hasmann, sua esposa Renê e o Sr. João e sua esposa que também são vizinhos. O Sr. Lauro - que está perto dos 90 anos – e sua esposa têm uma história de vida naquela região, é o patrimônio do Sr. Lauro, só que quando o DEMHAB construiu aquele Loteamento não teve cuidado. Inclusive eu fiz alguns contatos com o DEMHAB, naquela época, e foi prometido a este Vereador que seria feito um muro para que o Sr. Lauro – a sua propriedade é de ponta a ponta do Loteamento - tivesse pelo menos uma tranqüilidade de sobrevivência, mas esse muro foi construído até um certo ponto e o DEMHAB, não sei o porquê, parou com a construção. O que está acontecendo com essas famílias? O pessoal, as crianças, lá há muitas frutas, muito arvoredo, como eu já disse, é uma vida e o patrimônio de uma família quase centenária. Eles estão vivendo numa situação extremamente difícil. Eu seguidamente visito essa família, meu caro Presidente, a família do Sr. Lauro e a família do Sr. João e sinto o sofrimento daquela gente. O Sr. Lauro disse: “Olha aqui a minha vida, eu, em breve, vou partir para uma outra vida, mas acho que pelo menos mereceria, nestes últimos dias que me restam, ter uma vida um pouco melhor”. É lamentável ouvir isso, minha querida Denise, que está aí me escutando nas galerias. Este é o Ano do Idoso. Será que não deveria, pelo menos, o órgão responsável ter mais responsabilidade para com essas famílias, que têm a sua história, para que vivam com um pouco mais de dignidade? As famílias vivem esse sofrimento e não podem sequer sair de casa, porque lhes roubam tudo; várias vezes têm a casa invadida e as pessoas têm que se trancar dentro de casa.

Lamento profundamente, Srs. Vereadores, ocupar este microfone para fazer esse tipo de denúncia. São famílias que têm um trabalho, famílias quase centenárias, que têm o seu patrimônio e que, de repente, têm de conviver com essa situação.

Eu estive lá - estava comentando com a Denise - há uns 20 dias. O Sr. Lauro, coitado, estava acamado e não teve condições, mas o Sr. João, que é vizinho, e eu fomos até o fim do loteamento. A cerca foi derrubada, o caminhão que recolhe o lixo entra na área do Sr. Lauro, invade a sua área, o trajeto é dentro da propriedade dele, e fica por isso mesmo.

Nós, que temos essa responsabilidade, porque fomos eleitos por uma parcela da população de nossa Cidade, temos que ter dignidade e trazer esse tipo de denúncia a esta Casa, pois este é o nosso dever e essa é a minha esperança.

A Denise, que é assistente social, também está fazendo um belo trabalho lá com a comunidade. Vou com a Denise visitar essa família, e ela vai sentir dentro do seu coração. Conheço a preocupação dela pela história de trabalho que tivemos na construção da Cidade de Deus. Ela vai ver o drama daquelas famílias, principalmente das famílias do Sr. Lauro e do Sr. João, e levará o problema ao conhecimento dos órgãos competentes, meu caro Presidente, porque o idoso tem de ser respeitado. Como já disse, a pessoa tem uma luta, um trabalho, tem um único patrimônio, e de repente, quando é para ter um pouco de descanso em sua vida, ela tem de conviver com essa insegurança, com esse martírio do dia-a-dia. Portanto, faço este registro, meus caros Vereadores e pessoas que me assistem pela TVCâmara, com muita tristeza; com muita tristeza, porque conheci ao longo do tempo essas famílias. E nós temos de, infelizmente, ver e acompanhar o drama dessas pessoas. Farei, na semana que vem, Denise - que está aqui me escutando -, juntamente contigo, uma visita a essas duas famílias e encaminharemos, também, o teu aval ao órgão competente. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registro, com satisfação, a presença da Câmara Municipal de Erechim na nossa Câmara, através da representação do Sr. Giovani Prando, que é o seu Secretário-Geral e dos servidores Greice Dalmaz, Leandro Zamboni e Luís Farias. São bem-vindos. O pessoal do Memorial da Casa está mostrando o nosso Legislativo em todos os seus detalhes.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações. Por estar acidentado, fala da sua tribuna.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, trago aqui a debate desta Casa um assunto que julgo da maior relevância. Nós estamos ingressando já no segundo semestre do ano de 2003. Anuncia-se pela imprensa, na cidade de Porto Alegre - através de um Projeto de Lei que chegará no segundo semestre a esta Casa, a este Legislativo Municipal - a redução do ISSQN de 5% para 2% na área da informática, Sr. Presidente. E a indagação que eu faço é por que se trabalha em matéria de redução do ISSQN, o mais alto do País, que é o de Porto Alegre, sempre de forma casuística? Essa é a indagação que eu formulo, sobretudo à Bancada do PT. Há dois anos se concedeu uma redução em relação às empresas seguradoras; agora, anuncia-se ao setor de informática. E às demais setenta outras atividades ligadas aos serviços? E foram aumentadas por força de Lei Federal, recentemente, atividades de serviços que estarão pagando 5% de Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza. Qual a razão de se trabalhar de forma casuística? É algum lobby político de segmentos do PT ligados a tal ou qual área que têm ensejado eventuais reduções? Eu acho que nós temos aqui de ter presente que a Lei foi feita para todos, Presidente Dib. A Lei tem a conotação de ser geral; agora, nós começarmos a estabelecer reduções casuísticas de ISSQN... E os demais setores que prestam serviços, e que não estavam arrolados, que passarão a pagar 5% de ISSQN? Vejam uma empresa de turismo, de viagens, que opera na área de turismo e viagens: uma empresa dessa natureza, Sr. Presidente, paga 5% sobre o faturamento bruto; não deduz as despesas operacionais: ela paga sobre tudo. Então, veja, uma empresa de turismo - eu estou só exemplificando, poderia trazer dezenas de outros exemplos na área da prestação de serviço; me fixei em uma apenas, na área de turismo -, uma empresa de agência de viagens vende uma passagem - vamos dizer que ela ganhe 10% -, então, numa venda de passagem de quinhentos reais ela ganha cinqüenta reais como comissão; sobre esses cinqüenta reais, Sr. Presidente, incide o Imposto Sobre Serviços municipal. Então, vai pagar, sobre o seu lucro, 2 reais e 50 centavos; mas, na realidade, para ela ganhar esses 50 reais, ela tem que ter uma estrutura fixa, uma loja, precisa ter um corpo de funcionários. Hoje, o processo todo é feito via informática. Tudo isso gera despesa operacional. Então, os 5% de ISSQN, a rigor, não são 5%, são 15%, 20%, 22%, sobre aquilo que ela paga. Não se deduz a despesa operacional da empresa. Por essa razão - e certamente teremos exame de matéria tributária no segundo semestre - quero dizer que o Sr. Prefeito não abre um debate anterior sobre a questão tributária, ele manda as alterações tributárias no último momento que a Lei lhe faculta, que é no dia 30 de setembro, por ocasião do encaminhamento da Peça Orçamentária a esta Casa. Quando chegar aqui, vamos nos deparar com questões tributárias, e então teremos os meses de outubro, novembro e 15 dias de dezembro, 75 dias, para examinar matérias complexas.

Agora, se, casuisticamente, vierem questões de ISSQN, quero dizer a V. Exa. que têm a minha rejeição, porque acho que temos de fazer um debate maior, mais amplo. Até porque se houve um aumento no número das atividades sobre as quais incide o ISSQN, vai aumentar o bolo tributário do Município. Conseqüentemente, até buscando evitar a evasão fiscal, podemos reduzir o valor da alíquota de 5%, quem sabe, para 3% ou 3,5%, porque hoje a Lei Federal estabelece, pois acabaram os chamados paraísos, entre 2% e 5% - 5% é o limite, 2% é o mínimo, mas aumentou consideravelmente o número de atividades no rol das atividades de serviços previstas, que são estipuladas por Lei Federal. Se aumentou, naturalmente vai aumentar o bolo tributário. Então, podemos reduzir a alíquota em nome do cidadão, em nome das empresas que operam na cidade de Porto Alegre. Quando é que vamos pensar em matéria tributária não do ponto de vista da ótica do Secretário da Fazenda? Porque quando há encontro de Secretários da Fazenda, municipais ou estaduais, podem estar certos de que quem é penalizado é o contribuinte, é a pessoa física ou jurídica do contribuinte. Nunca vi Secretário da Fazenda se reunir para reduzir alíquota. Sempre o que funciona é o furor tributário; notadamente na cidade de Porto Alegre, que é cruel em matéria de tributos.

Portanto, faço esse apelo, Sr. Presidente: se aumentou o rol de serviços, é o momento adequado para pensarmos numa redução da alíquota, mas não casuisticamente, para o ramo de informática, como está tratando o Dr. Ricardo Collar, há horas, em nome de alguns interesses que não sei quais são. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Sr. Presidente, Ver. João Dib, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos assistem no dia de hoje, queríamos, neste tempo de Comunicações, tratar de uma série de questões da nossa Cidade. Vamos começar pela reunião que tivemos ontem à noite no Parque dos Maias, a pedido da comunidade que está, Ver. Ervino Besson, bastante preocupada, quase que aterrorizada com a questão da segurança, mostrando que, realmente, aquela ilusão que se vendia de que o novo Governo iria resolver, que poderiam-se retirar as grades das casas, pois a questão da segurança era conseqüência, quem sabe, de uma má administração estadual, isso era pura balela. O problema é muito mais profundo e, talvez, até esteja se agravando, apesar de ter saído das manchetes de boa parte da imprensa. Os relatos são de assaltos, arrombamentos, depredações, a questão da droga - extremamente grave - a ponto de a comunidade do Parque dos Maias preocupar-se com a perda do controle.

A partir daí, entramos em contato com a Brigada Militar, com a CEEE, pois existem problemas de iluminação no Bairro, e com a CRT-Brasil Telecom. E na noite de ontem fizemos uma reunião com a comunidade com a presença do Sr. Roberto Bortolin, da CEEE, e com o Capitão Nascimento e o Sargento Medeiros, ambos da Brigada Militar. Infelizmente, a CRT-Brasil Telecom ignorou totalmente o convite para a reunião, apesar de há mais de dois meses os “orelhões” estarem depredados, sem manutenção, Ver. João Dib. Essa empresa internacional espanhola parece que é muito difícil de ser localizada na nossa Capital e é muito difícil de se contar com ela, ainda que aqui venham, eventualmente, profissionais de relações públicas, de Vereador em Vereador, para, quem sabe, vender uma imagem adequada. Mas este Vereador, no dia 15, encaminhou um ofício, recebido pela Sra. Rita Daudt, e simplesmente não tivemos a participação da CRT-Brasil Telecom; não tivemos qualquer justificativa. Vamos atrás, nem que tenhamos de ir à Espanha ou que tenhamos que fazer aquela CPI nesta Casa, porque parece que essas multinacionais adquirem, Ver. Zé Valdir, a “preço de banana” o nosso patrimônio construído pelo povo - são serviços essenciais -, mas não têm a mínima responsabilidade e não têm o mínimo respeito como Poder Público.

Feito esse parêntese, queremos dizer que esteve ainda presente a Diretora da escola, professores, a Presidente da associação, comerciantes, moradores e se fez, creio, uma discussão bastante importante, frutífera, que resultou em encaminhamentos. No primeiro deles, o representante da CEEE ficou de fazer um estudo da sobrecarga que há nos transformadores ali existentes, o que leva a quedas de luz em diversos momentos, inclusive na iluminação pública, causando escuridão completa e ensejando que mais crimes possam ser cometidos. Segundo: não se ficou, Ver. Ervino Besson, numa visão meramente repressiva dessa questão da Segurança. Achei muito importante que a comunidade chamou a atenção para a necessidade de um trabalho social para diminuir a criminalidade e reincorporar pessoas que eventualmente cometem alguns delitos à vida social normal, daí a importância de um trabalho de esporte, de lazer, de cultura e a realização de cursos de profissionalização, porque o que se observa é que aquela juventude não tem alternativas, sendo, dessa forma, induzida ao crime.

Outro aspecto é um trabalho preventivo na questão da droga, que tem sido um dos elementos-chave no avanço da criminalidade, principalmente o crack. Um outro aspecto discutido foi ações propriamente de segurança para coibir a criminalidade. Então, ficou estabelecido que os moradores se disponham inclusive a construir uma cobertura num local estratégico do Bairro, para que os veículos da Brigada Militar possam, durante certos períodos mais críticos, estarem ali, fixos, para darem cobertura à comunidade, evitando o que acontece hoje, ou seja, que a partir das 17h ou 18 horas, o comércio esteja fechando, porque não há mais segurança para trabalhar, e com a presença de um veículo nesses horários mais críticos, de forma mais fixa e um maior patrulhamento, em horários indeterminados por parte dos veículos da Brigada Militar isso seria coibido. Então, daremos seguimento a essas tratativas, inclusive a tratativa com a SMAM, para a possibilidade de, num triângulo que existe, bem central, colocar um espaço para os veículos da Brigada, e com a FASC, com a SMED e com a SME quanto à ação social.

Uma segunda questão que queríamos trazer é com relação às iniciativas que tivemos de tomar na segunda-feira, diante de duas comunidades que estavam ameaçadas de reintegração de posse, uma delas na Rua 6 de Novembro, na Região da Valneri Antunes, 49 famílias estavam por ser despejadas, e já se encontravam lá o Oficial de Justiça, a Brigada Militar e o Batalhão de Choque. São famílias que participam de uma Cooperativa habitacional que está adquirindo uma área da Predial Agrícola, famílias inadimplentes pelos mais diversos motivos: desemprego, baixos salários, e porque a própria Cooperativa estava num processo de reintegração de posse. Para lá nos deslocamos durante a manhã, com o nosso assessor, Dr. Bruno Rockembach, aqui presente, e felizmente havia um processo de negociação, ao qual nós nos somamos, no sentido de que as famílias retomem os pagamentos. Ao final dos pagamentos somar-se-ão novas parcelas, e a própria Predial Agrícola também havia sido sensível e havia prorrogado então esse pagamento, para permitir uma solução.

Então, felizmente, ao estarmos lá, constatamos e ajudamos a concluir essa negociação. Também, na Vila Valneri Antunes, há uma ação de rescisão de contrato do espólio Júlio André com a Cooperativa Habitacional Moradia Própria. São 190 famílias que estão lá há sete anos que negociaram a aquisição da área, que estão também em situação de inadimplência, e há um Processo de rescisão de contrato de compra e a ameaça de, evidentemente, reintegração de posse e de despejo. À noite houve uma reunião na creche, eu estava com outra reunião, mas a CUTHAB se fez representar, apesar do recesso a CUTHAB funciona aqui quase diuturnamente, porque os problemas não esperam pelo término do recesso, então houve um acompanhamento do nosso assessor também da reunião, e vamos tentar encaminhar uma solução.

Por fim, já que o tempo se escoa, eu queria trazer a esta Casa, Vereador, a nossa preocupação com a situação da drenagem das águas no Município, porque as 18 bombas de drenagem são movimentadas por 72 pessoas, trabalhadores que há dois meses não recebem o seu pagamento, que vem sendo permanentemente pago somente quando vai completar o terceiro mês, passando, portanto, por dificuldades. Corremos o risco de uma paralisação, porque a empresa EDIMACO, que presta os serviços, não faz o pagamento. Nós queremos chamar a atenção da Prefeitura, já estamos em contato com ela, já que, em última instância, a responsabilidade é da Prefeitura, porque os serviços terceirizados são de responsabilidade dela. Parece que há um pequeno atraso da Prefeitura e é preciso que a Prefeitura o coloque em dia, porque são questões da segurança das famílias que vivem em situações de alagamento, mas também que a Prefeitura exija que a EDIMACO cumpra os pagamentos aos seus trabalhadores.

Agradecemos pela atenção e voltaremos amanhã para novas informações. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, demais colegas Vereadores neste debate da Sessão Representativa. Há hoje uma grande expectativa, para o final da tarde, Ver. Isaac Ainhorn, para ver como vai proceder o COPOM em relação à taxa de juros no País, porque não é possível que aconteça desenvolvimento com juros de 26%, hoje, determinados pelo Governo Federal.

E aí, Ver. Isaac Ainhorn, eu fico a pensar que há uma contradição bárbara neste Governo, porque se nós olharmos os 20 anos do PT, ele sempre teve um discurso de inclusão social e de defesa inarredável da cidadania. O que se vê hoje é um alinhamento sintonizado com o que há de mais atrasado no mundo e mais neoliberal, que é o Fundo Monetário, que é o Banco Mundial.

Mas aí alguém pode me dizer: “Mas, Vereador, V. Exa. está muito apressado, querendo cobrar políticas sociais do Governo Federal em sete meses!”, mas eu olho para Porto Alegre, Ver. Isaac Ainhorn, e vejo que os mesmos 300 meninos de rua, do início de 1989, continuam nas ruas de Porto Alegre, e não há política social! Então, entre lá e aqui não há diferença, porque o eixo é o mesmo, o discurso é para os pequenos e de inclusão social, mas o Governo é para os grandes e alinhado com o capital internacional.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, eu quero cumprimentar V. Exa., porque essa “politicazinha” que está sendo feita pelo Governo Federal, que tem o apoio e a sustentação total do PT – lógico, o Sr. Lula da Silva é do PT – e do PCdoB, é uma “politicazinha” para inglês ver, enquanto que reduz a taxa Selic de 26,5% para 26%, e, agora, de 26% vai para 25%, mas lá na ponta, Vereador, não há resultado, sabe por quê? Porque as instituições financeiras, essas que emprestam dinheiro para o nosso povo simples e humilde, esse que o Ver. Raul Carrion deveria defender e não defende, fica mudo, quieto, silente; aumentaram as taxas de juros! Vou citar o exemplo informado pelo Jornal do Brasil em manchete do domingo. (Lê.): ”Enquanto a taxa Selic do Governo Lula baixa, a taxa que os usuários pagam às financeiras no Brasil inteiro, aumentam”.

Sabe quanto é que cobra a Fininvest ao mês, Vereador, dessa pobre gente que vai lá nas lojas dessa Instituição?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Doze ou treze por cento?

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Não, Vereador, V. Exa. está equivocado! São 23,5% ao mês, Vereador, quase uma taxa Selic ao mês. Não é este Vereador que está dizendo, foi uma pesquisa e um levantamento feitos pelo Jornal do Brasil, editados no último domingo: 23,5% cobra a Fininvest, que é a “menina de ouro” da Rede Globo, por quem os grandes programas são patrocinados, e é parceira do Governo Petista.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Parceira, de mãos dadas, caminham de mãos juntas!

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Não adianta nada baixar a taxa Selic se os juros do Credicard, do Diners, do VISA e do American Express aumentam para o nosso povo humilde, quando as pessoas vão comprar um eletrodoméstico ou quando não conseguem pagar o seu cartão de crédito na totalidade. E quem é que dá sustentação para isso? O Governo de invasão de terras do PT, porque de um lado ele “canta” de um jeito e, de outro lado, de outro.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Muito obrigado.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Eu ia pedir um aparte para o Ver. Isaac Ainhorn, mas agora vou conceder um aparte para o Ver. Raul Carrion.

 

O Sr. Raul Carrion: Ver. Sebastião Melo, sobre a fala do Ver. Isaac Ainhorn, eu acho engraçado, porque o seu Partido é da base do Governo, tem Ministro no Governo Lula. Então, ele me parece muito incoerente. O Ver. Isaac Ainhorn sustentou esses Governos que levaram o País para o caos em que se encontra.

Eu creio que o Governo Lula encontra grandes dificuldades. Ele conseguiu vencer a eleição, mas não tem maioria no Congresso, não tem a maioria dos Governos dos Estados, não tem a maioria das Assembléias Legislativas e luta, de há pouco, para reconstituir o País, com uma política séria. Não é séria a intervenção do Ver. Isaac Ainhorn, que está no Governo Federal; o seu Partido tem o Ministro Miro Teixeira, e vem aqui fazer discurso oposicionista.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Eu só queria usar o tempo e a benevolência de V. Exa., Ver. Sebastião Melo, para informar que o PDT não está no Governo. O PDT está no Governo assim como o PT esteve no Governo de Fernando Henrique Cardoso, quando o seu filiado, Francisco Corrêa Weffort, foi Ministro da Cultura do Governo de Fernando Henrique. Miro Teixeira não representa o PDT, porque foi uma escolha pessoal, daquelas das “amizadezinhas” do Presidente Lula, que gosta muito de viajar, agora.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu quero fechar este bloco dizendo que nós, evidentemente, temos uma posição muito firme: achamos que o País não vai ter crescimento com a política neoliberal, hoje seguida pelo Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, que é uma continuidade, piorada, do Governo do FHC. Nesses sete meses eu só vejo o Presidente dizendo: “Eu não estou fazendo por causa da herança maldita”. Eu espero que esse discurso não continue daqui a dois anos, porque aí o povo não agüentará mais. Chega de nhenhenhém, temos que governar!

Eu estava lendo, Ver. Isaac Ainhorn - está aqui na minha pasta das contradições petistas -, que este Governo gastou, até agora, mais em publicidade do que em qualquer investimento! Isso não é sério; em propaganda do Governo de coisas que não fizeram, Ver. João Antonio Dib, mais do que em investimentos! Está aqui socializada a todos que quiserem essa informação.

Para finalizar, eu também quero aqui registrar, Ver. Isaac Ainhorn, que esta Casa, pelo conjunto da oposição, deu uma extraordinária contribuição, Presidente, para a questão do Orçamento Participativo do Governo do Estado. No plenarinho desta Casa mais de 300 pessoas estiveram em uma reunião memorável; eram lideranças de mais de 45 entidades da sociedade civil. Nessa reunião, presidida pelo Ver. Reginaldo Pujol e com a coordenação eleitoral do Ver. Isaac Ainhorn, de forma democrática escolhemos três delegados, depois de o Sr. Prefeito Municipal sonegar esse debate à cidade de Porto Alegre! Se não fosse a Câmara instar essa reunião... E quando a Câmara instou essa reunião, apareceu aqui o Sr. Stédile, meio encolhido já no final, para dizer: “Hoje à noite nós vamos fazer reunião no Araújo Vianna”. E fizeram, clandestinamente, porque não houve nenhuma convocação para escolher delegado. Diziam que era prestação de contas do Orçamento Participativo.

Eu quero dizer que a nossa participação popular, a estadual, tem três diferenciais básicos da participação popular de Porto Alegre. Primeiro, é Lei, Ver. Isaac Ainhorn, e assim sendo, quem for lá votar e não tiver retorno pode usar a Lei. Segundo, o nosso Governo não fez como o Governo anterior, quando as pessoas decidiam, decidiam, decidiam, e não sabiam o que havia para investimento; primeiro nós estamos dizendo ao povo do Rio Grande do Sul o que nós temos para investimento, e o povo vai decidir sobre o investimento que o Governo vai lançar. Terceiro, Presidente, é que há consulta popular; assim o cidadão, com seu título na mão, vai fazer valer a cidadania e em um dia do ano vai dizer: “Eu entendo que o Governo, no que tem disponível, deve investir aqui, ali ou acolá. Portanto, eu penso que é um avanço, um ganho a participação popular qualificada, respeitando o cidadão, transformando a vontade popular em lei e fazendo com que se cumpra, efetivamente, a vontade da população. O resultado está aí, basta olhar a pesquisa que hoje está estampada nos jornais da Capital, que mostram aprovação, Ver. Raul Carrion.

Eu sei que há problemas na Segurança, e V. Exa. também sabe. A Prefeitura tem que fazer um pouco mais, porque ela criou uma Secretaria de Segurança. Parece que foi para criar cargos, porque eu não vejo absolutamente nada sendo discutido. Os cargos eu sei que foram criados, e muitos - não com o meu voto aqui nesta Casa -, mas criaram muitos cargos para acomodar especialmente aqueles que estavam saindo do Governo. Naquela entressafra do Governo do Olívio Dutra, eu sei que criaram muitos cargos, mas eu não estou vendo até agora, com clareza, para o que essa Secretaria veio. A municipalidade tem a sua responsabilidade, e o Presidente Lula assumiu o compromisso. Então, não vamos transferir a Segurança apenas aos governos estaduais; o Governo da República e as prefeituras também têm a sua parceria e a sua responsabilidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, como Vereador, o Ver. Sebastião Melo é um excelente mágico: ele consegue fazer a magia de dizer que, no plenarinho, onde cabem cem pessoas, havia 300 pessoas; ele consegue dizer que a reunião feita aqui na Câmara foi uma reunião pública, e a reunião feita no Auditório Araújo Vianna, amplamente divulgada, foi uma reunião clandestina; ele consegue dizer que o problema da Saúde é só do Município, apesar de o seu candidato, na época candidato, dizer que ia construir um posto de saúde a cada quilômetro, no Estado inteiro - daqui a pouco nós vamos começar a cobrar esses postos de saúde por este Estado inteiro, a cada quilômetro -; ele consegue dizer que a Saúde é um problema exclusivamente do Município, depois de o Governo ter prometido postos de saúde; a Segurança, ele consegue agora dizer que é um problema do Município, que a falta de segurança no Município de Porto Alegre é culpa do Prefeito. Realmente, o Ver. Sebastião Melo, como Vereador, é um grande mágico.

Consulta popular - eu quero falar sobre esse tema. A consulta popular - e o plebiscito é uma das modalidades de consulta popular - é democrática, mas pode não ser democrática. O que nós temos de averiguar, para ver se uma consulta popular é democrática, é o processo de preparação da consulta. A consulta popular pode ser algo extremamente autoritário, se não for feita precedida de um amplo processo de debate com a sociedade para que se oportunize o contraditório, um período amplo de preparação para depois exercer o direito do voto e opinar sobre a questão em tela; se as regras do jogo forem estabelecidas pelo Governo, por quem tem interesse no processo, no resultado; se houver uma ausência e um cerceamento ao direto da liberdade ao debate político. Assim, se essas três condições não estiverem colocadas, a consulta popular pode se transformar em algo totalmente antidemocrático.

Eu digo isso e a história ampara-me. Não é à toa que Pinochet fez sempre as suas consultas populares, os seus plebiscitos, ditando as regras, não permitindo o debate político e escolhendo o momento propício para fazer a pesquisa: o resultado sempre lhe contemplava. Não é à toa que Jesus Cristo foi crucificado por uma consulta popular feita ali na hora: é Barrabás ou Cristo? Todo mundo disse: Barrabás. E é por isso que no fim-de-semana nós tivemos um desses processos que teve como resultado que a maioria quer fechar o Parque da Redenção. Onde houve debate sobre isso? Onde houve debate? A maioria das pessoas nem sabia que haveria essa votação. A consulta popular é um instrumento da democracia se ela tiver um processo democrático de preparação. Do contrário, ela é um ato autoritário. É isso que nós estamos vendo no Governo do Estado, porque há um retrocesso num processo de ampla participação popular, e o Ver. Isaac Ainhorn gaba-se de que foram as lideranças que participaram. Justamente as lideranças! Mas e o povo, o simples cidadão, onde é que ele participa? Ele participa no dia, com o título de eleitor. Vem colocar o voto na urna num ato episódico. Ele não constrói um processo de participação, ele não participa de um debate anterior preparando para a consulta. E é por isso que essa consulta popular do Governo do Estado é um retrocesso e é um golpe na democracia participativa.

Mas eu quero também abordar um outro tema nesta Casa. Os Vereadores de oposição, que tanto bateram no Governo Olívio Dutra, têm de fazer uma autocrítica em algum momento. Não é possível! Eu já levantei a questão da Segurança Pública, porque diziam que era tudo culpa do Olívio Dutra, diziam que a Segurança estava um caos, e, agora, seguindo a orientação que a RBS e a Zero Hora dão, eles só divulgam os fatos como sendo uma fatalidade do destino. O problema da Segurança passou a ser um fenômeno sem causa e sem responsáveis. É assim que fazem os comentaristas da Zero Hora e da RBS, que não comentam mais a questão da Segurança, só noticiam. Agora estão com uma estranha objetividade, só noticiam os fatos, não comentam mais as causas, e virou um fenômeno sem causa e sem responsáveis.

Mas não é só isso, essa é uma das autocríticas, que eu não vi nesta Casa. Tem outra: a questão da guerra no Oriente, a guerra contra o Iraque. Os Anais desta Casa estão cheios de pronunciamentos de Vereadores da oposição que diziam aqui, que faziam coro aos argumentos de George Bush, Tony Blair, de que Sadam Hussein tinha armas químicas para destruir o mundo, armas nucleares. Fizeram a guerra, derrotaram - e ainda não terminou a guerra, talvez estejamos diante de um próximo Vietnã, uma coisa parecida com o Vietnã -, e as armas químicas não apareceram. E agora se descobre que mentiram para o mundo inteiro. E esses Vereadores, que sempre se orientam pela mídia, vinham aqui e diziam que era radicalismo do PT, quando nós dizíamos que eram outras as questões que estavam por trás, que as razões não eram as razões humanitárias - de salvar a humanidade -, mas as razões do imperialismo que estavam por trás. Agora, eu não vejo esses Vereadores virem aqui fazer uma autocrítica, quando o mundo inteiro está assistindo a denúncia da fraude que foi montada para justificar a guerra contra o Iraque; eu não vejo os Vereadores virem aqui fazer autocrítica!

Outra autocrítica é sobre a questão da FORD. Nós dizíamos o seguinte: nós, o PT, a esquerda, todas as pessoas, os economistas sérios, os jornalistas sérios diziam que o setor automobilístico no mundo inteiro, “está fazendo água”. Esse é um setor em crise. Não é mais o setor de ponta da economia, e, particularmente, a FORD é um setor que está com sérios problemas no mundo inteiro. Disseram que éramos atrasados, que não éramos progressistas, que não éramos modernos, que éramos sinônimos do atraso e que nós estávamos querendo deter a modernidade. Agora abrimos os jornais, nas últimas semanas, e vemos onde está a modernidade. No mundo inteiro “estão fazendo água”; aquilo que nós dizíamos está acontecendo. O setor automobilístico é um setor em crise. Olhem aqui, nesta semana: “Demissão na GM”. A GM demite 450 e, no dia de hoje, pode chegar a 600; Programa de Demissão Voluntária, a Volkswagen já anunciou que está com 3.933 excedentes. A FORD e todo o setor automobilístico que iam fazer a redenção do Rio Grande...Que nós tínhamos de trazer a FORD e dar aquela babilônia de dinheiro para ela e deixar de investir nos pequenos e médios empreendedores deste Estado. Imaginem se nós tivéssemos pago aquela babilônia de dinheiro para a FORD? É evidente que o setor automobilístico é um setor em crise no mundo inteiro e especialmente no Brasil.

Eu gostaria de ouvir desta tribuna – eu só não -, eu acho que é um respeito que devem aos cidadãos de Porto Alegre, aos eleitores destes Vereadores que tanto defenderam a questão da Segurança como sendo um problema de incompetência do Governo Estadual; que tanto defenderam que a guerra contra o Iraque era para salvar a humanidade e não um ato do imperialismo. Aqueles Vereadores que tanto defenderam a FORD, dizendo que nós tínhamos de trazer as indústrias automobilísticas para gerar empregos, que era um setor moderno da economia, mas gente, o que estamos vendo nesta semana, e cujo quadro tende a se agravar não é isso; eu gostaria de ver esses Vereadores virem aqui tranqüilamente, em respeito aos eleitores, em respeito àqueles que assistem ao Canal 16, e fazer uma autocrítica. Não há problema. Isso é bonito.

Agora, do jeito que está, todo o mundo vem aqui e fala e aposta na falta de memória do povo e depois não diz nada. Some!

Onde estão os defensores da Segurança do Município? Onde estão os defensores de que tinha que fazer a guerra contra o Iraque? Onde estão os defensores da FORD, dos investimentos no setor automobilístico, de um setor em crise? Onde é que estão, nesta Casa, sumiram? Sumiram!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras, senhores, todas as pessoas que têm uma tendência ditatorial costumam dizer assim: “se não for feito do jeito que eu penso, está errado”. Eu nunca ouvi um ditador falar diferente disso. Eu não estou dizendo que o Ver. Zé Valdir seja um homem com essas tendências ditatoriais, mas eu acredito que o Ver. Zé Valdir, por isso mesmo, deva corrigir o seu modo de pensar. O Ver. Zé Valdir disse assim: “Se a pesquisa, se a consulta popular não for feita dessa, dessa e dessa maneira, está errado”. Ora, mas isso é no conceito do Ver. José Valdir. A consulta popular que é feita nos dias atuais obedece exatamente àquilo que deve ser o melhor da consulta popular, por quê? Porque acontece que as pessoas vão ser consultadas somente com relação ao que existe no Orçamento para gastar, não é essa balela do Orçamento Participativo, que as pessoas iam nas vilas para enganar as pessoas, iam dizer que eles podiam fazer investimentos nisso, naquilo, e as pessoas iam acreditando, iam sonhando, iam discutindo obras cada vez mais vultosas e, quando iam ver, não havia dinheiro para fazer. E aí se dizia o seguinte: “Ah, mas então fica para o próximo, e fica para o próximo...” E as obras estão aí, Ver. Sebastião Melo, e elas não são feitas, não é o que acontece na consulta popular do Governo atual, do Governo Rigotto. Nessa consulta popular, Ver. Zé Valdir, todas as consultas que forem feitas, todas as opiniões, todas as obras que forem votadas é porque está lá o dinheiro do Orçamento para ser feito. Não ficará nenhuma obra sem ser realizada daquelas que forem escolhidas pelas pessoas que vão votar. Então, as pessoas não serão enganadas nessa pesquisa popular. Ora, se isso não é melhorar o que se pensa de consulta popular, então eu não sei mais, porque o que acontecia antes com o tal do Orçamento Participativo era uma enganação do povo, isso era uma embromação, e agora as coisas, eu acredito, ficarão em patamares melhores.

Uma outra coisa que ouvi é que o Governo Fernando Henrique Cardoso liquidou o País, e agora o Governo Lula está num processo de reconstrução. Vamos ver se realmente aconteceu isso, ou se não foi exatamente assim: o Governo Fernando Henrique Cardoso queria fazer reformas, e eu me lembro que algumas pessoas vinculadas ao Partido dos Trabalhadores e a outros partidos, que são sempre aliados ou parasitários do Partido dos Trabalhadores, essas pessoas, esses setores sempre tentaram impedir, e impediram o Fernando Henrique Cardoso de fazer as reformas que ele acreditava que realmente fossem as únicas coisas que poderiam salvar o País ou direcionar o País para o rumo do progresso. Ora, tão logo o PT assumiu o poder, o Presidente Lula praticamente repetiu as palavras de Fernando Henrique Cardoso. Então, eu pergunto o seguinte: se o PT sabia que seria necessário fazer as reformas e impediu que essas reformas fossem feitas, então, quem desmontou o País? Quem é que levou o País para a situação em que está? Quem é que cometeu esse crime? Esse crime tem realmente um autor identificado, e esse autor identificado é o Partido dos Trabalhadores. O Partido dos Trabalhadores é que lutou muito para que nada pudesse ser realizado neste País em termos de reformas necessárias, mas quando chegou ao poder, disse: “Olha, só com a Reforma da Previdência, só com a Reforma Tributária, só com a Reforma Trabalhista é que nós vamos poder realmente endireitar o País”.

Uma outra coisa que eu sempre ouvi, Ver. Sebastião Melo, é que esses recursos externos, esse capital estrangeiro não era bem-vindo, ele não deveria realmente estar aqui ao bel-prazer; ele deveria ser controlado. Nós, o Governo, deveríamos exercer um controle passo a passo desse capital, e nós também acreditávamos que isso realmente fosse necessário, só que, quando o PT chegou ao poder, o que o PT fez? Olhem os juros! Na verdade, o que atrai o capital estrangeiro? O que atrai o capital estrangeiro são exatamente as taxas de juros praticadas aqui no País, são as facilidades que esse capital estrangeiro tem de chegar aqui e ser multiplicado. O que aconteceu com os juros? Os juros continuam em patamares antes nunca praticados! Eles poderiam descer, e eu vejo que existe aqui uma margem – sem nenhum perigo de descer – de até 2,5% na taxa, que está em 26%! Poderia descer até 2,5%, e as autoridades econômicas do PT são absolutamente contrárias a que exista esse rebaixamento nas taxas. Então, o que eles querem? O que eles querem é que esse capital estrangeiro venha cada vez em maior quantidade, para que nós aqui continuemos a ser explorados, assim como era antes no discurso do PT! Esse discurso antigo do PT, esse discurso que foi destruidor da Nação, esse discurso que não deixou com que ninguém pudesse realizar nada em paz, esse é que tem que ser cobrado hoje! A população tem que cobrar é desse Partido que destruiu o País, desse Partido que enganou o País! A sociedade tem que fazer agora uma revisão da história; vamos ver quem é que foi quem na história. Vamos ver o que é que o PT fez, realmente no passado, quais foram os discursos, quais foram as cobranças, quais foram as promessas.

E o que aconteceu, agora que o PT chegou ao poder? Eu ouvi aqui até um discurso de que o PT agora não pode realizar, Ver. Sebastião Melo, porque não tem a maioria dos governos. Eu acho que agora a tendência do Ver. Zé Valdir e de outros Vereadores que estão na situação é falar assim para a população: “Olha, nós só vamos poder realizar alguma coisa...” Porque eles têm uma política de sempre jogar a culpa nos outros...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Sebastião Melo.)

 

Não, não podem transferir para a ALCA, porque eles querem o acordo com a ALCA. Aliás, o Ver. Zé Valdir até deveria vir aqui fazer um discurso sobre a ALCA. Eu queria ouvir um discurso sobre a ALCA, porque agora o seu Governo quer a ALCA! Sobre taxas de juros, Vereador, sobre capital estrangeiro! O senhor deveria vir aqui falar sobre isso! V. Exa., que é um bom orador, é um homem formado em História, deveria vir aqui falar sobre o passado, sobre as promessas, os discursos que V. Exa. fez, e que aqueles que pertencem ao Partido de V. Exa., sobre as promessas que foram feitas, sobre os engodos, sobre como a nossa população foi enganada, sobre como a nossa população votou em um homem pensando que ele poderia fazer a mágica de continuar fazendo com que os Servidores Públicos pudessem ganhar a totalidade da Previdência, ou que as viúvas pudessem ganhar os 100% depois da morte dos seus maridos. Por que esse discurso foi feito antes e agora na prática é diferente? Isso é que tem de ser explicado. Como é que o Partido de V. Exa. enganou tanto o povo, Ver. Zé Valdir, a ponto de fazer com que todos acreditassem que ele pudesse fazer essa mágica toda de continuar deixando Servidores Públicos em um patamar, e os trabalhadores comuns no mesmo patamar dos Servidores Públicos? Esse foi o discurso que foi feito. E qual é a prática? A prática é diferente. Tanto é diferente que agora estão aí os servidores em greve, o Ministério Público está em greve, os Juizes querem entrar em greve, todos querem entrar em greve, porque “o PT mentiu para nós”, “o PT nos enganou”; é o que nós ouvimos em todos os cantos. Este Partido tem de vir às tribunas agora para explicar as suas mentiras, para explicar a mudança dos seus discursos, ele não tem mais direito a cobrar nada, porque ele já enganou demais. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu sei que a missão governista nesta Casa é muito difícil, muito dura, às vezes, até impossível de sustentar o insustentável. Então, o Ver. Zé Valdir, querido Vereador, esgrima aqui nesta tribuna, esbraveja aqui nesta tribuna, para poder tentar justificar as contradições do Governo da República. (Lê.) “Governo Lula gasta mais em publicidade que em obras.” Não foi contestado por ninguém, porque é profundamente verdadeiro. A consulta popular em nível nacional, Ver. Braz, foi para a cochinchina. Fala-se no “conselhão”, aquele “conselhão” que é composto pelo Olavo Setúbal, por aquele cidadão da Sadia e outros; 15% deles doaram o dinheiro para a campanha do grande líder Luís Inácio Lula da Silva. Fizeram a doação do dinheiro, alguns doaram de uma vez só, outros fizeram doações com três cheques pré-datados. E, aí, o Presidente da República os chamou para serem “conselheiros do rei”, para ditarem as políticas sociais, e são eles que estão definindo a Reforma da Previdência, e o Governo, de vez em quando, come um galetinho da Sadia com os operários, mas quem continua mandando mesmo são os grandes grupos econômicos. Este é o Governo da Frente Popular! Mas bota governicho nisso! E o Ver. Zé Valdir, que coordenou o Orçamento Participativo, sabe disso. Eu, este ano, estive em várias assembléias na Zona Sul. Aqui, na Cruzeiro, e quando o Prefeito João Verle, que está querendo buscar a sua reeleição, iniciou a falar, o povo começou a ir embora, sabem por quê? Porque o povo dizia: “E as obras que foram votadas no ano passado, no ano retrasado não vieram? E o senhor vem aqui, agora, dizer blablablá? Prefeito, onde estão as obras? As casas não vieram, os alagamentos continuam, os remédios não estão nas prateleiras, o povo não tem consultas, e o senhor vem aqui dar explicação, enrola, enrola e enrola”.

A consulta popular tem regras, ela é Lei, ela estabelece! Porto Alegre vai poder decidir sobre oito milhões de reais, e não vai ser como no ano anterior, da ambulâncioterapia, e até hoje as ambulâncias do Governo Olívio Dutra ainda não chegaram na Saúde, porque não tinha dinheiro para isso. Isso tem um nome: demagogia, empulhação ou qualquer outro adjetivo desse eixo.

O nosso Governo definiu o valor sobre o qual a população vai decidir, porque a população não decide sobre funcionalismo, não decide sobre os 13% da dívida com a União, não decide sobre os empréstimos internacionais, não decide sobre o custeio. Porto Alegre investe 150, 140, 130 milhões/ano e é sobre isso que a população, em tese, decide. E decide, sabe como Ver. Zé Valdir? Decide naquela opção que o Governo de V. Exa. fez, pensando sempre na próxima eleição. Portanto, pensou no asfalto, porque o entorno do asfalto continua liquidado. Não há saúde, não há escola no Campo da Tuca, na Vila dos Sargentos, na Restinga Velha, no Barro Vermelho ou na Ilha. O entorno do asfalto continua, mas o “Cidade Viva” filma o asfalto e, talvez, quando vê uma moradia de melhor qualidade, filma também para colocar na televisão, mas as pessoas andando no barro, com o esgoto a céu aberto, convivendo com os animais isso a Frente Popular não mostra. Sabe por quê? Porque o discurso é para os pequenos, mas governam entrelaçados com os grandes. Aí, fico pensando, quando o Ver. Zé Valdir vem aqui e fala do jornal Zero Hora, mas quando vem um projeto da Zero Hora, eles vão lá e lhes entregam um terreno a preço vil, apoiado pelo Governo.

Então, não entendo esse discurso! “Vamos devagar com o andor que o santo é de barro!” Esse discurso não nos convence.

Nós queremos afirmar, aqui, com toda a tranqüilidade: todos os Partidos têm as suas incoerências, as suas contradições, mas o PT, hoje, no Governo, é muito mais tradicional que o PFL para governar. Essa é a grande prática, a grande realidade! Basta olhar essa grande aliança com o Sarney e tantas lideranças que representam o atraso neste País, que liquidaram com este País, que enriqueceram pelo Poder Público deste País e agora estão de mãos dadas, dizendo que este é o Governo da reforma, da ruptura e da transformação.

Este Governo, infelizmente, até agora, não mostrou que a esperança venceu o medo; poderá ser que vença. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Vereadoras, se o Ver. Zé Valdir fizesse o discurso no Município que é administrado pelo PT, onde está a GM, no mínimo, seria corrido de lá. No mínimo, Vereador, V. Exa. seria corrido de lá! Vamos com calma com essas colocações, Vereador!

O Ver. Zé Valdir falou, aqui, sobre Segurança Pública. Normalmente, quando o Vereador ocupa esta tribuna, fala sobre Segurança Pública. Eu quero dizer a V. Exa. que o ex-Secretário de Segurança Bisol, eu que trabalho em Segurança Pública, na CONSEPRO da Vila Nova, desde a sua fundação, não vi no programa do Bisol um projeto sobre segurança pública. O projeto do Bisol sobre Segurança Pública... Convidaram um sociólogo, sei lá, do Rio de Janeiro, para trazer aqui subsídios para melhorar a Segurança Pública, e só o que se viu desse cidadão, do projeto que ele trouxe aqui, foi a liberação daquela erva maldita que está levando os nossos jovens a uma situação extremamente triste. E esse cidadão vem para cá com um projeto para melhorar a Segurança Pública no sentido da liberação da maconha. Então, por favor, Vereador, vamos com calma aqui com as suas colocações.

Há poucos dias me fiz presente, com outros Vereadores desta Casa, num almoço na FEDERASUL, onde o palestrante foi o nosso Secretário de Segurança, e confesso a V. Exas. que José Otávio Germano, na sua explanação, chamou a minha atenção para um projeto, meu caro Ver. João Antonio Dib, que é de extrema importância, e que faço questão de relatar aqui nesta tribuna. É um projeto que, se hoje não se encontra na Assembléia, vai ser encaminhado nos próximos dias. Esse projeto, Ver. Zé Valdir, é para que 1.500 homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, que são pessoas preparadas, e digo isso porque eu servi ao Exército, e essas pessoas serão utilizadas na segurança pública de nossa Cidade. São 1.500 homens que receberão treinamento de aproximadamente três meses. É um ótimo projeto, um excelente projeto, e espero que a Assembléia o aprove, porque são pessoas que fazem um treinamento durante um ano e, portanto, sem dúvida, com menos custos para os cofres públicos. Teremos um aumento de policiais o que trará benefícios à população da nossa Cidade.

O Ver. Zé Valdir fala na Semana Farroupilha – ele é um folclórico e está até se preparando, porque é um belo declamador –, e eu peço a V. Exa. que, nos encontros aí no Parque Harmonia, declame com aquele dom que Deus lhe deu de uma forma não tanto polêmica, como V. Exa. vem aqui criticando, criticando e criticando. V. Exa. tem de apresentar, na minha opinião, o caminho para as soluções dos problemas e não só críticas.

Para encerrar, meu caro Presidente, solicito pelo amor de Deus ao nosso Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva: “Menos viagens, meu caro Presidente. V. Exa. tem de estar aqui, pois com a Reforma da Previdência não é viajando para outros países que V. Exa. trará aquelas idéias que quer colocar em prática. Menos viagens e mais trabalho”. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou responder aos três Vereadores que me antecederam. O Ver. Luiz Braz ataca sempre o PT, mas é muito difícil fazer o correspondente, porque o Vereador já foi do PMDB, do PTB, do PDT, e agora é do PFL. É um direito do Vereador, enquanto não se instituir neste País a fidelidade partidária - que o PT defende.

Mas então, Vereador, o PFL é o responsável por toda essa situação caótica que vive o País - o PFL, o seu Partido, o último a que V. Exa. aderiu. O PFL é responsável! Não é o PT, que está lá agora tentando consertar há seis meses; é o PFL, que vem, desde o tempo do Império...

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Zé Valdir, o Ver. Luiz Braz pertence ao PSDB.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Ao PSDB? Eu me enganei, é tanto Partido que eu me enganei. Melhor ainda! O PSDB é o Partido que esteve recentemente no Poder. Mas V. Exa. já esteve no PFL, não é Vereador? Já foi do PFL, não é? Então não estou-me enganando. Ah, é verdade, ele mudou e já está no PSDB! Então está. Então o Vereador, que foi do PFL, que teve toda essa trajetória, desde o Império, que foi da ARENA, que já esteve junto com Fernando Henrique, foi Governo o tempo todo, agora é oposição e está tentando fazer oposição, tentando até participar dos movimentos sociais. E aí eu digo que parece “gringo no samba”, meio desajeitado, e agora o PSDB, que também foi Governo, o do Fernando Henrique, e muita gente do PSDB também saiu desses outros partidos, esses são os responsáveis, Vereador! V. Exa., nos últimos tempos, esteve no campo dos responsáveis por esta situação caótica do País! Esteve no PFL e agora no PSDB!

Quero dizer que sou contra à ALCA, quero deixar isso bem claro! Sou contra à ALCA, milito contra ela dentro do meu Partido e, se depender de mim, o Lula não vai implantar a ALCA, e estamos fazendo o debate interno. Quero deixar isso bem claro! Quanto à Reforma da Previdência, o PT nunca defendeu privilégio para juiz! Nunca defendeu. Inclusive a Reforma que está no Congresso eleva o teto para os empregados da iniciativa privada, e, em relação ao teto de 2 mil e 400 reais, Vereador, qual é o funcionário, por exemplo, professor, qual é o professor que ganha 2 mil e 400 reais? Qual é o professor? Então estamos falando, sim, em combater privilégios! Não é à toa que é a primeira vez que os juízes afrontam a Constituição dessa forma, tentando fazer greve, porque nós não concordamos em defender privilégios para juízes; não concordamos, e não aceitamos o discurso de confundir privilégio com prerrogativa. Segunda coisa: se eu for a Gravataí, Vereador, não serei vaiado, porque os funcionários da GM em Gravataí sabem que a GM deu férias coletivas, porque está na maior crise, e sabemos que férias coletivas são a “ante-sala” da demissão, que é o próximo passo! Então, Vereador, quem vai se dar mal com esse discurso é V. Exa., não eu!

O Ver. Sebastião Melo confessou aqui: realmente o Orçamento Participativo não é uma coisa manipulada. As pessoas vão lá e criticam o Prefeito! Agora, se saíssem...

 

(Aparte anti-regimental.)

 

Não é verdade, Vereador. Então V. Exa. estava em uma reunião em que eu não estava, porque vi, na Zona Norte, 1.100 pessoas, vi no eixo da Baltazar mais de 1.000 pessoas participando, gente do povo pegando o microfone, uns elogiando, outros criticando, assim é que se faz democracia! V. Exa. confessou aqui, Vereador! Esse é o processo do contraditório, isso é democracia, e não esse ato solitário de ir colocar um voto na urna sem nenhum processo de discussão anterior, sem debate... Conselhos em que a maioria são figuras, são figurões, são autoridades, e o povo fica com a representação minoritária! Esse é o processo que o Governo de V. Exa. quer instalar no País, que é infinitamente inferior, do ponto de vista da democracia, do que o Orçamento Participativo, que é assim, contraditório.

V. Exa. confessou aqui: fazem crítica ao Prefeito; ele é tão democrático, que permite às pessoas irem lá e criticar o Prefeito, botar o dedo na cara do Prefeito. Mas esse é o processo democrático que nós queremos. V. Exa. é contraditório quando diz isso e depois, em outras oportunidades, diz que o Orçamento é manipulado, mas se é manipulado, como é que as pessoas vão lá criticar? Como é que vão criticar, se é manipulado? Manipulado é o processo que V. Exas. querem instalar no Estado; esse é o processo de manipulação política que cerceia a participação popular do indivíduo que não é figurão, que não tem cargo nenhum; esse está cerceado ou está em representação minoritária, esse é o processo que V. Exas. querem instalar no Estado, que é contra a democracia participativa!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, quero agradecer a V. Exa., porque lembrou o tão bem informado Ver. Zé Valdir que este Vereador está filiado ao PSDB. Foi uma coisa tão vexatória para este Plenário a intervenção do Ver. Zé Valdir... O Vereador atacava o PFL de uma forma grotesca, e quando V. Exa. falou aqui do PSDB, ele deixou o PFL para lá e voltou as baterias contra o PSDB. Mas quero dizer que eu estaria em qualquer Partido que fosse contrário a essa prática de enganar o povo. Pertenço a qualquer Partido que seja contrário a esse plano do PT, que o Ver. Pedro Américo Leal chamou de diabólico, de mentir para as pessoas, de enganar as pessoas, de fazer as pessoas crerem que podem construir obras e mais obras, porque basta estalar os dedos, basta que eles votem, e de repente a obra surge em suas comunidades. E, de repente, a comunidade se vê frustrada, porque a não ser o asfalto - que já está designado pelo Chefe do Poder Executivo e pelas pessoas que são Líderes do PT -, para surgir nessa ou naquela localidade, absolutamente nada é feito.

O que aconteceu, Ver. Zé Valdir, é que quando, por exemplo, era Prefeito desta Cidade, o agora Deputado Raul Pont, nós entramos com duas ações contra o Prefeito da Cidade naquela época, uma delas, porque o Prefeito negava para nós uma informação que nós pedimos aqui a respeito de quanto se gastava em publicidade, com propaganda, e quais eram os veículos que recebiam esse aporte. Nós entramos com um mandado de segurança e ganhamos. Naquela oportunidade, o Prefeito Municipal foi obrigado a nos informar a quantidade de dinheiro que era gasto. Eu afirmava que eram 13 milhões, e a Bancada do PT negava. Quando recebemos as contas em mãos, que o Prefeito foi obrigado a nos entregar, nós vimos que realmente tínhamos razão. E aí nós entramos com uma outra ação, uma ação popular, para obrigar o Prefeito a devolver para os cofres do Município aquele dinheiro que ele havia gasto sem que houvesse uma legislação que o amparasse. Nós pedimos, Ver. Zé Valdir, à Prefeitura que nos entregasse a cópia das propagandas que foram feitas, que eram propagandas fazendo apologia do tal do Orçamento Participativo.

Até hoje, Vereador, com o Prefeito João Verle à frente da nossa Cidade, ainda não chegou, no Processo, nenhuma cópia daquelas propagandas que eram feitas, que eram vergonhosas e enganavam o povo, porque falavam do Orçamento Participativo e de milagres que podiam ser feitos em prol da população e que nunca aconteceram. É por isso que a população, hoje, está revoltada contra o PT. É por isso que a população, hoje, Vereador, quando o Prefeito João Verle chega para fazer um discurso, vai embora ao invés de permanecer no encontro do Orçamento Participativo por causa das mentiras. É por isso que é preciso mudar! É sempre tempo de mudar, Ver. Zé Valdir. Eu penso que esse tempo que o Partido de V. Exa. teve para enganar o povo, esse tempo já terminou; agora é preciso que o Partido de V. Exa. repense, porque não é só Porto Alegre que está revoltada contra o PT, mas eu vejo que é o Brasil que está revoltado contra o PT, porque em nível nacional as mentiras também foram muitas, as promessas foram tantas e tão poucas foram as realizações, que agora também as pessoas estão revoltadas.

Então, eu penso que, ao invés de V. Exa. vir aqui acusar alguém, atacar alguém e continuar na mesma prática passada, que é hora de repensar o discurso do Partido de V. Exa., porque, afinal de contas, o povo já descobriu que o PT mente, que o PT não é capaz daqueles milagres que anunciava e, que agora, realmente, é preciso salvar o País do PT. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não há mais inscritos e não há material para a Ordem do Dia. Encerro a presente Reunião, convocando a próxima para amanhã, às 9h30min, quando Porto Alegre comemorará 230 anos como Capital do Estado do Rio Grande do Sul; a então Vila de Porto Alegre passava a ser Capital. E o Hino de Porto Alegre completa, amanhã também, 19 anos, oficializado por Decreto do Prefeito. A todos, saúde e paz!

Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.

 

(Encerra-se a Reunião às 11h25min.)

 

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